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Ata de Reunião: Tipos de Blockchain e Projeto Hyperledger

Atualizado: 20 de jul. de 2020

Grupo de Estudos em Direito e Tecnologia da UFMG - DTEC-UFMG

Data da reunião: 05/05/2020

Relatores: Ailton Gomes e Lucas Sávio Oliveira


Permissionless v. Permited Blockchains


A blockchain é tida como uma tecnologia que revolucionará como a sociedade faz transações e interage. Isso se deve ao fato de ela possibilitar transações financeiras sem a necessidade de se valer de um terceiro confiável, por possibilitar o armazenamento protegido de dados e transparência. Ainda assim, é preciso atentar-se para as especificidades da tecnologia para que se possa decidir se esta tecnologia é apropriada para um determinado uso. A forma de organização da rede é uma delas.


Em linhas gerais, uma blockchain pode ser permitionless (como Bitcoin e Ethereum) ou permissioned ( como Hyperledger ou Corda).


Em ambas, dois atores são importantes: o writer e o reader. O writer consegue escrever na blockchain, estando ligado ao processo de criação dos blocos e de consenso sobre as informações escritas, ajudando a blockchain a crescer. O reader, por sua vez, não ajuda a cadeia de blocos a crescer, mas lê, analisa e até audita a blockchain.


O uso de uma blockchain, seja ela aberta (permissionless) ou permissionária (permited), só faz sentido se múltiplas partes que não têm confiança entre si querem interagir e modificar declarações em um sistema, mas não estão dispostas a em concordar em um terceiro confiável online.


Em linhas gerais, as principais diferenças são:

  • Permissionless

    • Qualquer um pode escolher fazer parte da rede, quer seja como reader ou writer, a qualquer momento.

    • Totalmente descentralizada: não há uma entidade que gerencie filiação ou que possa banir writers e readers ilegítimos.

  • Permissioned

    • Somente aquelas entidades às quais for dada permissão podem escrever e ler dados na blockchain.

    • Tem atributos similares aos de uma base de dados centralizada, já que uma entidade central decide e atribui direito a participar e escrever ou ler operações.

Para que se possa verificar se o uso da tecnologia blockchain é apropriado, Karl Wüst e Arthur Gervais desenvolveram uma metodologia que consiste em se questionar sobre os requisitos do problema que se quer resolver, identificando se a tecnologia será útil e que tipo de blockchain será apropriada, se aberta ou permissionária. A figura abaixo resume a proposta dos autores:

O Projeto Hyperledger


O projeto Hyperledger funciona como uma comunidade de membros voluntários que desenvolvem software de código aberto criados para avançar na tecnologia blockchain entre indivíduos. Esse projeto é hospedado pela Linux Foundation e funciona como uma colaboração global. Nesse caso não se trata de um livro razão, mas sim uma coleção de projetos de software que ligam empresas a blockchains diferentes.

"Rather than declaring a single blockchain standard, it encourages a collaborative approach to developing blockchain technologies via a community process, with intellectual property rights that encourage open development and the adoption of key standards over time".(hyperledger-fabric.readthedocs.io)

Ainda, o Hyperledger ajuda a reduzir riscos de segurança. Isso porque funciona como uma blockchain permissionada que os membros são autorizados a participar e garante que apenas as partes das transações vejam os registros da transação. Além disso, possui um desempenho mais eficiente comparado a blockchain públicas, é altamente escalonável e possui uma estrutura de governança bem definida.


Os mecanismos de consenso são regras com relação a quem deve atualizar o razão e esse algorítmo final é fruto da concordância entre os nós. Além disso, busca-se que os dados no

razão sejam iguais para todos os nós das rede. Isso porque com iguais informações entre os mineradores cria-se uma barreira que impede que agentes mal intencionados manipulem a rede.


Por mais, a tecnologia de contabilidade distribuída funciona em uma rede digital que os usuários atuam de modo colaborativo. Para isso é identificado o ledger emergente, esse é o livro razão no qual a maioria dos usuários concordam. Como também, essa tecnologia deve demonstrar a convergência entre os livros distribuídos para um único blockchain emergente. Assim, o DLT ou DLS é como uma espinha dorsal que pode ser modificado por acordo entre os agentes da rede e isso contraria o que é geralmente divulgado como característica intrínseca do blockchain, a suposta imutabilidade. Uma vez que não existe uma DLS Global única, e sim uma expectativa de blockchain emergente e convergente. Fischer et al. (1983)


Ataques Sybil, Douceur (2002), é o ataque a blockchain quando um minerador consegue deter 51% da rede, para isso é preciso ter também 51 % da energia da rede ou comprar 51% dos blocos que seriam bilhões tendo em vista o valor de mercado de uma criptomoeda, mas é algo possível. Para evitar esse tipo de ataque a única solução completa é a certificação de identidade do usuário que é feito por um meio externo que valida as identidades e as combina com os usuários. Isso será necessário caso a tecnologia de contabilidade distribuída se torne amplamente utilizada no mercado financeiro e no business-to-business.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


WÜST, Karl; GERVAIS, Arthur. Do you need a Blockchain? Crypto Valley Conference on Blockchain Technology, 2018.









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